Ao que se sabe segundo a historiografia brasileira relacionada ao contexto da escravização dos negros oriundos da África, o processo das lutas e das resistências, parece apontar para o fato de que nunca houve total submissão desses grupos aos escravagistas. Com base nesse pressuposto, pretendemos, com este texto, tentar desconstruir o conceito de que o negro foi total submisso.
Valendo-se do conhecimento sobre os movimentos populares no Brasil, destacamos a Revoltas dos Alfaiates, uma das mais articuladas, a integração de diversos grupos no movimento: negros (inclusive mulheres) e mulatos soldados e artesãos, escravos e libertos e também os abolicionistas, o que representou a criação de uma nova forma de movimento no contexto da sociedade escravagista.
Por esse movimento, buscavam reivindicar seus direitos trabalhistas contra a forma exaustiva do trabalho explorado na sociedade mercantilista nos idos séculos XVIII ao XIX, períodos nos quais os escravagistas exploravam perversamente os negros, dentre outras atividades, na busca de ouro e na cafeicultura.
Com a organização do movimento abolicionista, os escravagistas passaram a se preocupar com as insurreições e revoltas dessas pessoas, e por isso buscaram, também, proteger suas famílias e a criar formas de repressão mais severas contra essas forças iminentes, utilizando-se, para tanto, do apoio da polícia para proteger seu patrimônio.
Nesse contexto em que o movimento negro ganhou forças, surgiram novos mecanismos para punição e controle da ordem, como implementação de modelos de prisões os quais existem ainda hoje. Ressalte-se que o modelo penal imposto no período supracitado permanece atualmente, com a condição de que os negros e pobres vão pra cadeia, ao passo que ricos e brancos, quando vão, sofrem condenações mais brandas. Cita-se o exemplo dos Cavaleiros da Luz, grupo pertencente à maçonaria, que foram absolvidos ao contrário dos grupos oprimidos (negros e pobres) sucumbidos à duras penas a exemplo negros de Inácio da Silva Pimentel, Romão Pinheiro, José Félix, Inácio Pires, Manoel José e Luiz de França Pires, condenados à prisão perpétua ou degredos na África.
Entende-se, com base nessas abordagens apresentadas a partir da leitura em Kabengele Munanga & Nilma Lino Gomes (2004) que a luta em prol do movimento negro no Brasil é, ou passa a ser, o compromisso de cada um de nós participantes desse curso “Introdução aos Estudos Africanos e Afro-Brasileiros”, pois nos possibilita tornarmos multiplicadores para uma nova brasilidade, forjada na premissa da igualdade racial e no respeito às diferenças, a começar pela escola. Para tanto, acreditamos que tal transformação só será possível quando formos capazes de formular autocrítica, pois pensamos que a mudança deve começar em cada um de nós pela construção de uma nova História em oposição ao que está posto.
Enfatizamos, pois, nossa crença de que há, de fato, preconceito enraizado tanto em brancos como em negros ou em outras etnias que integram o povo brasileiro.
Pensamos que ainda existe, de forma persistente, uma prática perversa e velada que priva como principal direito dos negros, na sociedade contemporânea, sua liberdade, pois reproduzimos o modelo de sociedade que, por ironia, nos faz também escravos e escravagista. Com efeito, acreditamos que estamos perdidos dentro desse labirinto ideológico encarcerados pela ignorância de nossa própria humanidade no sentido de que vivenciamos uma pseudo liberdade.
A despeito de nossas limitações sobre a produção deste texto, e pelo fato de que não somos bacharéis em historia ou historiadoras, ressaltamos que a proposta aqui foi refletir sutilmente, consoante à compreensão das ciências humanas (Pedagogia e Psicologia) pelas quais obtemos formação, a importante pensar a questão dos negros no Brasil pelo viés também destas disciplinas que tratam do individuo e a sua relação com a sociedade.


Deuzely Rodrigues da Silva
Jucilene Pereira Barros


Eu, Jucilene Pereira Barros, agradeço ao meu orientador de Português Sander Amaral, a Marilena da Silva (coordenadora do IV Curso de Introdução aos Estudos Africanos e Afro-Brasileiros), os professores e os meus colegas de curso.
 
 
 
Queridos e queridas.
 Essa postagem de hoje refere-se a resistência negra, achei interessante toda a colocação da amiga Jucilene, e completo mais, eu sou defensora do CANDOMBLÉ, e brigo por isso. Pois a igualdade deve ser todos, acho ridiculo o preconceito que tem contra os GAYS, Candomblecistas e outros. Pra que isso ?
Vamos apoiar essa causa da Resistência Negra !!!!!

Beijokas 
Dofona Negáh


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